Hugo Frasa
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Com forte influencia da produção dos 60 e 70 na arte brasileira, Hugo Frasa opera sem expectativas ou ambições através de seus esquemas, a matemática lúdica das dificuldades nos relacionamentos interpessoais. O seu trabalho vem se desenvolvendo e parece ter como uma de suas chaves essa atenção simbólica da geometria, que vai encontrar nas formas geométricas a matéria de elaboração discursiva dessa primeira noção de ordenamento e racionalidade que a geometria, desde seu início, se propôs: a leitura em linhas simples, a partir da combinação numérica (o 3 para o triângulo, o 4 para o quadrado, etc.) das formas de esquadrinhamento do real, do corpo, do cosmos. A geometria é uma arte, e traz em seu bojo uma estética absolutamente atual, que, re-descoberta no século XX pelos concretistas, neoconcretistas e afins, requalifica esta simplicidade gestual (atuante, por exemplo, com extrema acuidade na alquimia, na franco-maçonaria, nas artes mágicas medievais, nos ritos de culturas tradicionais, o industrial....e adiante...) para dizer da modernidade, pós-modernidade ou qualquer outra nomeação que se dê à consciência crítica e artística no contemporâneo. Quer isso tudo atestar para esse primado atemporal do geometrismo, sua capacidade de ser atual num registro puramente “racional” e “físico”, mas também sua abertura para as grandes questões “indefiníveis” e “metafísicas”. Na geometria se encontram corpo e além-corpo, clareza e obscurecimento, contenção e incontido: enfim, uma vasta linguagem, da qual a arte sempre se valerá.
O artista também assina seus projetos musicais de nome .O.F.A.C. onde produz músicas com começo meio e fim e na maioria das vezes músicas que vão de algum lugar pra lugar nenhum. Faz canções onde as palavras não fazem qualquer sentido parecendo apenas um choro no escuro.
Para a 55SP, o artista desenvolveu uma série exclusiva de múltiplos a XXX.
Hugo Frasa (n. 1979) vive e trabalha em São Paulo.
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With a strong influence from the 60s and 70s in Brazilian art, Hugo Frasa operates without expectations or ambitions through his schemes, the playful mathematics of difficulties in interpersonal relationships. His work has been developing and seems to have as one of its themes the symbolic attention to geometry, which will find in the geometric forms the matter of discursive elaboration of this first notion of order and rationality that geometry, from its beginning, was proposed: a reading in simple lines, from the numerical combination (the 3 for the triangle, the 4 for the square, etc.) of the forms of scrutiny of the real, of the body, of the cosmos. Geometry is an art, and it brings with it an absolutely current aesthetic, which was re-discovered in the twentieth century by concretists, neoconcretists and amongst others, requalifies this gestual simplicity (acting, for example, with extreme acuity in alchemy, masonry, medieval magical arts, rites of traditional cultures, industrial ... and so on ...) to look at modernity, postmodernity or any other appointment that is given to the critical and artistic consciousness in the contemporary. This all testifies to this timeless primacy of geometrism, its capacity to be present in a purely "rational" and "physical" record, but also its openness to the great "indefinable" and "metaphysical" questions. In geometry there are body and beyond-body, clarity and obscuring, restraint and uncontained: in short, a vast language, from which art will always be valued.
The artist also signs his musical projects by name .O.F.A.C. where he produces songs with a beginning middle and end and most of the time songs that go from somewhere to nowhere. He makes songs where words do not make any sense mimicking the cries in the dark.
For 55SP, the artist has developed an exclusive series of multiples, XXX.
Hugo Frasa (b. 1979) lives and works in São Paulo.